sábado, 22 de dezembro de 2007

Sobre coitados e lobos

Todos os humanos são regidos por diretrizes espirituais opcionais e princípios universais indisponíveis. Somos, em massa energética – o que norteia nossas ações e sentimentos – equilibrados. Essa máxima do equilíbrio é composta pela balança Bom/Mau, onde são pesados sentimento e instinto versus razão e ações. É a nossa capacidade de ser altruísta ou egoísta. Lutamos ou cedemos o tempo todo, mas, principal e erroneamente, negamos isso o tempo todo. Somos todos bons (a maioria do tempo, espero eu) e maus (às vezes, eu espero).

Em tese.

Existem seres que praticam a auto-repressão, abdicam das próprias vontades o tempo todo, se obrigam a ser pára-raios de sentimentos negativos e buscam satisfazer o outro, enquanto respiram... São seres evoluídos! Todos com a capacidade de transcender as piores mazelas, daquelas que lotam sessões de análise e ajudam a vender gazzilions de livros de autoajuda no mundo todo: os nossos problemas causados por nós mesmos! Bravo! Ponto pra eles, na escala evolutiva!

Ponto pra eles?

Ainda que de forma precária, ao lidarmos com conflitos de interesses alheios/próprios, mesmo sem habilidade para conciliá-los, agindo ocasionalmente de forma egoísta – a mais fácil, oras – nos faz atravessar a ponte. Esses seres nunca vão à lugar algum. Empacam na ponte da evolução, assistindo aos bons e “maus” passarem a 200 km/h. Mas, coitados... Apesar disso, são adorados por todos, não é incrível? São adorados, nunca admirados. São excelentes capachos, escravos, bajuladores e paus-mandados. Os adoramos por nosso ego e conveniência, não pela nossa consciência. Por falar em consciência, eles têm a consciência de onde vem a nossa adoração egoísta. E começam a nos odiar por isso. Odeiam-nos por quem eles são (e não por nossa conduta). Nutrem inveja imensurável dos que conseguem fazer valer a própria lei. Têm raiva dos que conseguem tomar decisões. Esperam tudo de todos, o fazendo da pior forma: esperando ativamente (sic). Sim! Suprimem o “próprio” e dão vazam somente ao “do próximo”. E se magoam, pois esperavam que o outro, a quem deram acesso total (explicitamente), pise nos freios na hora em que eles esperam (de forma implícita)! Deus! Que loucura! Sempre jogando toda a carga, seja ela mérito ou desonra ao outro. Pregando toda a negação e o estado vegetativo como conduta a ser adotada, agindo espontaneamente de forma submissa, querem na verdade impor a submissão os demais. São tiranos covardes. Nessa tentativa, obviamente, não têm sucesso. Tornam-se, assim, fonte de um grande vórtice negativo. Um buraco negro, onde o horizontes de eventos é tão grande que, ao ficarmos ao lado desses seres, só faz sugar pra dentro e, uma vez lá, fora do alcance da visão humana, começamos a sofrer ataques velados, com os piores instrumentos de tortura: os invisíveis.

Pois bem, como escapar desses seres abomináveis? Procurar identificar àqueles que tem chifres, exalam enxofre, têm a pele vermelho alaranjada e pés de bode? PÉÉÉÉÉÉÉÍM! Wrong answer!

Somos feios ou bonitos, inteligentes ou desprovidos, gentis ou rudes. Podemos estar tristes ou alegres, cansados ou elétricos, apaixonados ou indiferentes. Embora não haja a necessidade de assumir um papel, uma classificação, um rótulo, fazemos valer nossa vontade. Não existe “meio adjetivo” ou classificação que se adeque mais ou menos. Com a exceção desses seres constituídos de uma massa amorfa, efemeramente moldável e que são – embora nem sempre ou, queria Deus, nunca – extremamente malévolos.... Tenho calafrios quando conheço alguém e, logo após adicionar ou ser adicionado pela pessoa no Orkut, constato que ela está na comunidade: “Bonzinho só se fode!”. Mas, tenho crises de labirintite ao ser apresentado a alguém e, logo após, escutar: “fulano é adorável (sic), é tão bonzinho...”. Diminutivos dizem nada a respeito de alguém.


Bonzinho?!...

5 comentários:

Helen disse...

Você acredita em ano novo?
Um bem bom pra você :)

e um beijo!

thata is disse...

é...depende do ponto de vista...
hehehe...
te amo...to te esperando...
beijao...

Thiago Azevedo disse...

Cara...pirei nessa dos bonzinhos hoje de tarde quando eu tava lendo o jornal endeusando um cara que devolveu 17 mil reais que estavam perdidos numa maleta, num posto de gasolina, pro dono.

Ai levaram o cara dono do dinheiro pra agradecer a bondade do outro. E o cara que devolveu a grana, ao ser agradecido pelo proprietario, caiu no choro feito crianca.

A foto do jornal eh comica. "Fulano, que devolveu 17 mil reais ao dono chora ao ser agradecido..."

Imagina o tamanho da crise de identidade do peao.....hahaha.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Muito BOM o texto J!

"A respeito de dizer a respeito" penso que, esses classificados "bonzinhos" tem na verdade medo.

Medo de opinar, medo de provocar, medo de se manifestar, medo expor, medo incomodar, medo de criticar, medo do diferente, do parecer ridículo, do não aceito, etc, etc...

Aceitam tudo,
E por isso são aceitos, e "queridos"...

É cômodo.
É fácil.
E não oferecem nada de diferente, em sentido algum.

Não são dignos de muitos comentários.